23 de setembro de 2011

descubro aos poucos
a força que a carne
tem
me descontrola selvagemente...
a volúpia me faz refém

a cada dia que passa
eu me pego passada
nunca desejei nada
nem ninguém
nem nunca fiquei fascinada
ou mesmo tão apaixonada
pelo cheiro de alguém

22 de setembro de 2011

o gosto doce
dos teus lábios
jamais conseguiria esquecer
assim como aquela tarde ao seu lado
que rapidinho (não) vi alvorecer

a escuridão da noite, oclusa
pela pele alva
tua, e todo nua
era tudo o que desejava
o breu sem lua com avidez

21 de setembro de 2011

é fácil ver
que não existe exibição
me debato sem saber
onde escondo  a sedução
que cativa eles e elas
me sequiando ao contemplar
feito bando de sentinelas
o desencanto bipolar

18 de setembro de 2011

Raio de ócio

Ao fechar dos meus olhos
E ao sanar da minha loucura.
Era fácil sentir o doce do teu ósculo.

Da  boca que reinava o fel,
Tu com tanta doçura
Conseguira ordenhar meu mel
 Fazer do teu colo meu ócio

A (minha) voz irritante
Aos teus ouvidos era pura melancolia
Teu canto, pra mim, di-amante
A minha essência entorpecia
Feito raio de Sol iluminava
A noite insípida e vazia.

Inverno da alma

Por mais que a chuva venha
meu corpo permanece seco
feito ar da fogueira de lenha
ainda que o sol nasça
o calor que desejo não vem
até mim só chega fumaça.

A primavera já me floresce
com ar insipido de outono
em mim a alegria perece
o mesmo tempo que
gota d'água, na terra seca padece

"Todos me amam, menos eu!"
a vida e vento tentam me animar
em meio a esse ateneu.

chutando o balde

De agora em diante
Disposta estou:
a comer o farelo com os porcos
a conversar com bêbados
e  esquecer os mortos

quebrarei os vidros que pulsam
e aqueles que me expulsam
me abraçarão.